À cima, Dona Mocinha, em baixo, a velha cajazeira do Ingá que, segundo os mais velhos do lugar, já passa dos 150 anos - Fonte: o autor.
FRANCISCA GONÇALVES DO NASCIMENTO chegou em Taipu por volta de 1939, com aproximados 18 anos de idade; veio do povoado do Bom Fim, São Tomé /RN, trazendo os três primeiros filhos, dos vinte e quatro que teve, tendo desses, apenas, seis chegado à idade adulta.
Chegando-se no Ingá e perguntar por Francisca Gonçalves, certamente ninguém dará notícias, porque ali todos só a conhece por Dona Mocinha; mora no Ingá desde que chegou a Taipu; próxima aos noventa anos de idade, completará aos 20/09/2021, é dona de uma lucides invejável; também tem uma boa saúde para a idade, reclama apenas que a vista fica enevoada enquanto o dia não esquenta.
Dona Mocinha foi parteira e por suas mãos chegaram ao mundo quase todas as crianças do Ingá, que ali nasceram, e de mais de uma geração; lembra os dias de que foram lhe buscar no roçado para mais um parto, assim como as noites chuvosas que fora lhe acordar para o mesmo serviço. – Até lembra a “Samarica”, personagem das músicas do velho Luiz Gonzaga.
Dona Mocinha é daquelas mulheres que se pode dizer: “é pau para toda obra”. Dona de casa, trabalhadora agrícola, pescava, fazia carvoeira... Também gostava de tomar umas pingas e soltar “loas”; depois de relutar, resolver mandar uma para nós; rimos muito, foi daquelas boas, para mostrar que em roda de pingar, homem não lhe botava cangalha.
Fique de voltar a casa de Dona Mocinha, ali no Ingá, por traz da Escola, em frente à cajazeira de mais de 150 ano; ouvir mais histórias e estórias suas.
Arnaldo Eugenio de Andrade – 12/setembro/2021