Tanque do Poço do Antônio, crédito Emerson Oliveira Pedra de concreto removida do tanque, crédito, o autor.
O tanque do poço do Antônio é um reservatório natural de água, literalmente um tanque em pedras, forjados pela natureza. Localizam-se no Poço do Antônio, ao sudoeste da sede do município de Taipu, entre a estrada do Poço do Antônio e a comunidade do Umari. Pertence atualmente a Wilton Teixeira Guedes, ou Wilton de Cruz como é popularmente conhecido.
Conversei recentemente com Luiz Batista de Oliveira, o Luiz de Eulálio, proprietário do tanque, anterior a Wilton. De Luiz ouvi que seu pai, Eulálio Batista de Oliveira, certa vez, mandou limpar o tanque e que, para tal, tiveram que quebrar uma espécie de concreto composto, aparentemente, de cimento, cal, arreia, pedras e fósseis que aterrava parcialmente o reservatório. Fiquei supresso com a história, e mais surpreso ainda com um bloco da argamassa retirada do tanque, aonde, visivelmente se identifica os fósseis.
Sobre Eulálio Batista de Oliveira, vi que nasceu no Umari, nas terras que hoje pertence ao filho Luiz, aos 12 de fevereiro de 1913, filho legítimo de João Batista de Oliveira e de Dona Francisca Maria da Conceição e, portanto, supõe que o tanque foi propriedade da família Batista de Oliveira desde algumas gerações passadas.
Luiz de Eulálio quando me mostrou o bloco de concreto, como quem ler pensamento por telepatia, foi logo respondendo: - sei que você vai me pedir essa pedra, mas não vou lhe dá, foi a única que sobrou. Em continuação à conversa disse-me que vários pesquisadores passaram por lá com o intuito de descobrir os mistérios do tanque, entretanto, a história que ouvia dos mais antigos, é de que o tanque havia sido concretado pelos holandeses.
Para a história contada por Luiz, que tem como referência a tradição oral, não há, pelo menos de conhecimento público, nenhuma evidência documental.
Os registros mais remotos que encontrei com evidencias de habitantes na região, foram os assentos de batismo de Adriana e de Antônio. Adriana foi batizada na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiahi, aos 29 de junho de 1773, filha de Pedro Coutinho e de [?] Maria, e consta no assento ser o pai da párvula natural do Curado do Taipu. Já Antônio foi batizado na dita capela de Jundiahi, aos 25 de junho de 1774, filho de Jozé Fonceca de Lira e Thereza Maria de Jesus, neto paterno de Francisco Lopes e de Bernarda Bezerra, constando no assento ser a pai e os avós paternos naturais de Taipu.
Ora, se Antônio nasceu no ano de 1774, conforme consta no assento, e o pai e os avós paternos são naturais de Taipu, então pode-se afirmar que os avós de Antônio nasceram em Taipu na primeira metade do século XVIII.
Se pudéssemos confirma-se a história de Luiz de Eulálio, teríamos a evidência de que haviam habitantes em Taipu, pelo menos, desde 1654, data da expulsão definitiva dos holandeses do nordeste brasileiro.
Arnaldo Eugenio de Andrade, abril/2024