sábado, 9 de abril de 2022

Sobre a Vila de Ceará Mirim

 

O Desembargador Bernardo Coelho da Gama Casco instalou, aos 03 de maio de 1760, o Município e Freguesia da VILA NOVA DE SÃO MIGUEL DE ESTREMOZ DO NORTE.

Ainda com os olhos cheios d’água pela ausência dos jesuítas amigo, GUAGIRU assistiu no dia 3-5-1760 a mudança do nome de sua terra, quando o desembargador BERNARDO COELHO DA GAMA CASCO, dando os 3 vivas rituais ao REI DE PORTUGAL, declarou instalado o Município e Freguesia de VILA NOVA DE S. MIGUEL DE ESTREMOZ DO NORTE, transladando para o Brasil o nome do bucólico aduar mourisco de Alequer. (Senna – 1974, 419).

Boca da Mata era um importante povoado de Estremoz e, segundo Senna, citando um artigo de Leitão de Almeida, na Gazeta do Norte (Rio 28/08/1913), chamou-se antes de Coité. (Coité também foi o nome anterior da Macaíba).

No ano de 1855, por iniciativa do deputado Manoel Ferreira Nobre, o povoado de Boca da Mata foi elevado a categoria de Vila. Já o deputado José Alexandre Seabra de Melo dirigiu-se à Assembleia Legislativa Provincial, em 16 de julho de 1855, solicitando a transferência da sede da Vila Nova de Estremoz do Norte para Boca da Mata, para Boca da Mata, com o nome de Briosa Vila de Ceará Mirim.

Um novo projeto foi aprovado por Lei Provincial 321, em 18 de agosto de 1855, promovendo a mudança da Sede para Vila de Ceará Mirim, sem o adjetivo “Briosa”.

Atendendo às reclamações chegadas, o Presidente Antônio Bernardo de Passos, pela resolução 345, de 4 de setembro de 1856, suspendeu a execução da Lei 321, condicionando a mudança à construção da Cadeia e da Intendência Municipal (Casa da Câmara).

Em 30 de julho de 1858, o presidente Nunes Gonçalves assinou a Lei 370, tornando sem efeito a suspensão da transferência da sede que passou a chamar-se Vila de Ceará Mirim.

Aos 09 de junho de 1882 a Vila de Ceará Mirim foi elevada à categoria de Cidade, por projeto apresentado pelos Deputados Augusto Leopoldo Soares da Câmara, Pedro Soares e Araújo, Antônio Carlos Fernandes Pimenta e Galdino Procópio Rego. A Lei 837, que aprovou a elevação da Vila à Cidade de Ceará Mirim e constituiu os distritos de Capela, Estremoz, Muriú e Taipu.

A última seção realizada na Câmara de Estremoz aconteceu 22 de janeiro de 1857, no entanto, a primeira seção na Câmara de Ceará Mirim foi realizada aos 14 de outubro de 1858, portanto, 21 meses após a última seção de Estremoz.

A primeira seção da Câmara de Ceará Mirim contou com os seguintes membros:

Francisco de Paula Soares da Câmara – Presidente

Miguel Germano de Oliveira Sucupira

José de Góes de Vasconcelos Borba

Bento Gervásio Freire Revoredo

Padre João Coelho de Souza

Joaquim Romão Seabra Melo

 

Arnaldo Eugenio de Andrade, 09 de abril de 2022

Fonte: Senna, Júlio Gomes de. Ceará Mirim Exemplo Nacional - 1938-1972, Volume I.  Pongetti. Rio de Janeiro, 1974

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Antônia de Souza Viana

 Antônia de Souza Viana - Fonte: Acervo da família Viana de Miranda

 

ANTÔNIA DE SOUZA VIANA foi uma mulher valente, que não perdeu a ternura. Sua valentia nada teve a ver com revoltas da vida, ódio ou incitação a algum tipo de violência. Foi valente por sua força e determinação em lutar e superar os percalços que se sobrepuseram à sua estrada da vida. Não foram poucas as suas batalhas.

Dona Antônia nasceu no lugar denominado Jatobá, no município de Bananeiras, Estado da Paraíba, aos 04 de setembro de 1918, sendo a terceira dos doze filhos de Minervino Vitorino Souza; os oito primeiros irmãos, filhos do casamento de Minervino com Maria Fortunata do Espirito Santo, já os quatro irmãos mais moços eram filhos do segundo matrimônio de Minervino, com Maria Ana da Conceição.

Dona Antônia Viana, com apenas dez anos, precisou deixar para traz suas referências de infância; sua família mudou-se para Taipu, chegou por volta do ano de 1928 e instalou-se no lugar Umari; já no ano seguinte ficou órfã de mãe, Dona Maria Fortunata do Espirito Santo faleceu, no Umari, Taipu, aos 21/04/1929, em de decorrência de complicações no parto da filha Maria Vitorino, oitava dos filhos de Minervino e Maria Fortunata.

Dona Antônia, conforme relatou à sua neta Analice Viana, tinha uma vida difícil com a nova esposa do seu pai, Dona Maria Ana da Conceição; então pediu a Deus um casamento e que, de preferência, fosse morar perto da Igreja de Nossa Senhora do Livramento, o que aconteceu, fato que sempre atribuiu ao atendimento Divino às suas preces;

Aos 29 de junho de 1933, às 10 horas, em casa de residência do Senhora Rosendo Leite da Fonseca, casou-se civilmente com Antônio Viana de Miranda, nascido aos 16 e setembro de 1883, filho de Manoel Rodrigues de Miranda e de Isabel Rodrigues Viana; o noivo com 50 anos, a noiva 15 anos incompletos; Antônia de Souza passou a assinar Antônia de Souza Viana.

Aos 14 de dezembro de 1955 aconteceu uma tragédia família: um caminhão misto, de Taipu, que retornava com os romeiros que foram à cidade de Canindé, no Estado do Ceará, tombou entre as cidades de Mossoró e Assú, deixando sete vítimas fatais e vários feridos; dentre as vítimas fatais estava o Senhor Antônio Viana de Miranda; Dona Antônia ficava viúva aos 37 anos de idade, com dez filhos, o mais jovem ainda de colo, com apenas 6 meses de idade.

A família não tinha tantos recursos, o Senhor Ornilo Soares da Cruz, então namorado de Lourdes, uma das filhas do casal Antônio e Antônia Viana, é que emprestou o dinheiro para os custos do funeral.

Apesar do sofrimento com a dor da perca, Dona Antônia Viana não se intimidou diante da reponsabilidade que a vida lhe impôs, assumiu a educação dos filhos e o provento da família; a renda vinha do cultivo à terra da família, que passou a administrar, e do trabalho na sua inseparável máquina de costura.

Dona Antônia ainda viveu outro drama familiar; aos 28 de janeiro de 1975 faleceu, também vitimado por um acidente rodoviário, seu filho Wilson de Souza Viana.

Dona Antônia Viana viu seus filhos crescerem e serem bem sucedidos na vida, na construção de suas novas famílias; viveu feliz pelas glórias de suas lutas, dedicou muito amor e foi amada; sua batalha encerrou-se aos 02 de março de 2003, missão concluída com muito mérito, deixou um legado que, certamente, orgulha a todos os familiares e amigos; está sepultada no Cemitério Público de Taipu.

 

Um pouco da genealogia de Antônia de Souza Viana:

Minervino Vitorino de Souza, natural do Estado da Paraíba, filho natural de Avelina Maria de Jesus, nasceu no ano de 1889 e faleceu em Taipu aos 27/12/1934; casou-se no lugar Jatobá, município de Bananeiras / PB, aos 04/05/1915, com Maria Fortunata do Espirito Santo, natural do Estado da Paraíba, nasceu no ano de 1896 e faleceu no Umari, Taipu, aos 21/04/1929, filha de Flodesto Ribeiro de Souza e de Maria do Espirito Santo (Delfino Ribeiro de Souza e de Maria Francisca de Melo). Foram os pais de:

F.01 - Antônio Vitorino de Souza, nasceu no lugar Jatobá, município de Bananeiras, Estado da Paraíba, aos 21/10/1916; casou-se com Maria Nazaré dos Santos, filha de Ananias Avelino dos Santos e de Maria Amélia dos Santos. Foram os pais de:

F.02 - Severina Vitorino (Sílvia), nasceu no lugar Jatobá, município de Bananeiras, Estado da Paraíba, aos 21/10/1916 e faleceu em Natal aos 12/11/2003.

F.03 - Antônia Viana de Souza, nasceu lugar Jatobá, município de Bananeiras, Estado da Paraíba, aos 04/09/1918, casou-se civilmente em Taipu, na residência de Rosendo leire da Fonseca, aos 29/06/1933, com Antônio Viana de Miranda, nascido aos 16/09/1883, filho de Manoel Rodrigues de Miranda casou-se com Isabel Rodrigues Viana. Foram os pais de:

N.01 - José Viana de Miranda, nasceu em Taipu aos 30/01/1934 e faleceu em Natal aos 19/02/2003; casou-se com Ilza Cid Viana, nascida aos 16/04/1941 e batizada na Igreja Matriz de Pedro Velho, aos 10/05/1942, tendo como padrinhos o Dr. Getúlio Dornélio Vargas e Darcy Vargas, filha de Luiz Gonzaga Cid, natural de Ceará Mirim, nascido 17/02/1916, e de Leopoldina Monteiro Cid.

N.02 - Maria de Lourdes Viana de Miranda, nasceu em Taipu aos 16/03/1935 e foi batizada na Igreja Matriz de Taipu aos 24/03/1935, sendo seus padrinhos Rosendo Leite da Fonseca e Isabel Monteiro Leite; casou-se com Luiz Barbalho Bezerra.

N.03 - Antônio Viana de Miranda Filho, nasceu em Taipu aos 02/11/1936; casou-se religiosamente na Igreja Matriz de Taipu, aos 02/02/1962, com Maria Otacilda do Nascimento Viana, nascida em Taipu aos 10/01/1943, filha legítima de Otávio Gabriel do Nascimento e de Francisca Assis Andrade do nascimento.

N.04 - Irene Viana, nasceu em Taipu aos 07/04/1938 e foi batizada na Igreja Matriz de Taipu aos 20/04/1938, sendo seus padrinhos Alfredo Miranda e Neomísia Soares de Miranda; faleceu na mesma cidade aos 28/02/1939.

N.05 - Francisco Viana de Miranda, nasceu em Taipu aos 24/06/1939 e foi batizado na Igreja Matriz de Taipu aos 03/02/1940, sendo seus padrinhos José Dagol Sucar e Vicência Cruz; faleceu na mesma cidade aos 15/07/1940.

N.06 - Maria do Livramento Viana, nasceu em Taipu aos 17/12/1940; casou-se com Eraldo Marques de Souza.

N.07 - Aluísio Viana de Miranda, nasceu em Taipu aos 14/04/1942, faleceu em Natal, aos 20/09/2018 e foi sepultado em Taipu, aos 21/09/2018; casou-se com Leila da Silva Viana, filha legítima de Miguel Pereira da Silva e de Altamira Bezerra da Silva.

Aluísio Viana de Miranda em casou-se em segundo matrimônio, aos 09/11/1985, com Maria de Fátima Melo, natural de São Paulo do Potengi, nascida aos 28/12/1952 e falecida em Natal aos 25/11/2019, filha de José Pereira de Melo e de Ana Gomes de Melo.

N.08 - Maria de Lúcia Viana, nasceu em Taipu aos17/08/1943; casou-se com Everardo Bezerra.

F.09 - Wilson de Souza Viana, nasceu em Taipu aos 10/02/1945 e faleceu em João Pessoa, Estado da Paraíba, aos 28/01/1975, vitimado por um acidente rodoviário; casou-se com Julita dos Santos Viana, filha de Francisco Xavier dos santos e de Francisca Machado Xavier.

N.10 - Lúcio de Souza Viana, nasceu em Taipu aos 03/07/1947; casou-se com Lúcia Maria de Fátima Cavalcante Viana.

N.11 - Luiz de Souza Viana, nasceu aos 31/07/1948 e foi batizado na Igreja Matriz de Taipu aos 12/09/1948, sendo seus padrinhos Luiz de França Viana e Maria Joana Viana; casou-se com Vicenta Aguiar Viana.

N.12 - Francisco Canindé Viana, nasceu em Taipu aos 18/06/1955, casou-se com Maria das Dores Teixeira Viana, filha de Manoel Cosme Teixeira e de Damiana de Melo Teixeira. Foram os pais de:

F.04 - Adelaide Vitorino Rodrigues, nasceu no lugar Jatobá, município de Bananeiras, Estado da Paraíba, aos 07/04/1921; casou-se com Faustino José Rodrigues

F.05 - Josefa Vitorino, nasceu no lugar Jatobá, município de Bananeiras, Estado da Paraíba, aos 06/11/1922.

F.06 - José Vitorino de Souza, nasceu no lugar Jatobá, da cidade de Bananeiras, Estado da Paraíba aos 22/10/1926.

F.07 - João Vitorino de Souza, nasceu no lugar Jatobá, município de Bananeiras, Estado da Paraíba aos 23/01/1928; casou-se com Maria Anita Nunes de Souza. (

F.08 - Maria Vitorino, nasceu no lugar Umari, Taipu, aos 20/04/1929.

Minervino Vitorino de Souza, viúvo de Maria Fortunata, casou-se em segundas núpcias, em Taipu, aos 25/09/1932, com Maria Ana da Conceição, natural de Bananeiras, Estado da Paraíba, nascida no ano de 1900 e falecida no lugar Umari, Taipu, aos 02/04/1935, em decorrência de complicações durante um parto, filha de Januário de Lima e de Ana Januário da Conceição. Foram os pais de:

F.09 - Luiz Vitorino de Souza, nasceu no lugar Umari, Taipu, aos 19/06/1931.

F.10 - Sebastião Vitorino de Souza, nasceu no lugar Umari, Taipu, aos 25/06/1932

F.11 - Alfredo Vitorino de Souza, nasceu no lugar Umari, Taipu, aos 22/06/1933.

F.12 - Maria (sem mais informações).

 

quinta-feira, 31 de março de 2022

Famílias TEIXEIRA DA SILVA

Arquivo PDF - Click aqui 

Registro fotográfico do casamento de Antônio Francisco Campos com Maria Teixeira da Silva - Fonte: Acervo de Sidney Campos, filho do Casal

quarta-feira, 30 de março de 2022

Serrote dos Targino, no Poço Branco Velho

Serrote dos Targino, hoje parcialmente submerso na represa da barragem; na parte posterior do serrote, não visível nesta imagem, existe a misteriosa Pedra da Mina, tudo isso no Poço Branco Velho - Imagem: Jorge Luiz Carvalho de Souza, publicada em sua conta do facebook

Este belíssimo conjunto de pedras, onde, em uma delas a natureza parece ter, caprichosamente, esculpido uma embarcação saindo das águas que corriam sobre o Pirapora, após as quedas das cachoeiras, com a harmonia sonora do itaipi, bem podia ter sido batizado de Serrote da Canoa, mas era conhecido por Serrote dos Targino.

Pedra da Mina era uma das pedras desse conjunto, que fica ao sul do serrote, portanto, não visível nesta imagem.

Ver uma imagem desta instiga a vontade de ver, algum dia quem sabe, um espaço publico planejado e estruturado, aberto às visitações: além de se manter vivo o cenário de um Poço Branco Velho que, aos poucos, vem se desbotando da memória das novas gerações, teria os visitantes, além da belíssima paisagem natural, as deslumbrantes imagens do pô do sol.

Agora imagine uma torre mirante, de onde os observares “viajariam” por grande extensão, na represa das águas que cobrem os balcões de areias brancas que outrora adornaram um poço que era fonte de vida de um povo chamado poço-branquence.


 

Estaria nesta fotografia o Cel. Manoel Eugenio?

  Recebi esta foto de Clara Paiva de Moraes.  Para contextualizar: Clara é filha de Ubirajara Paiva de Moraes e de Zélia Ferreira de Lima,...