segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Leite-ao-pé-da-vaca na estação de Taipu.


A revista A Careta do Rio de Janeiro na edição n.2.537 de 09/02/1957, nas páginas 14-15, assinada por Umberto Peregrino na coluna da “Janela do trem”, trazia um artigo publicando um negócio nada convencional realizado em Taipu por José Soares.

Depois de Extremoz o único atrativo importante está em Taipu, onde encontrareis duas vacas no pátio da Estação, bezerros arrelhados, numa mesa com copos, açúcar, tudo pronto para fornecer-vos o que se denomina ali leite-ao-pé-da-vaca. Quem idealizou isso e montou toda perfeita organização foi José Soares, um caboclo saudável, inteligente, que identificareis operando a ordenha de uma das vacas. Sua senhora também funciona na organização, pois é quem vende as fichas e fornece os copos. Mas além do pitoresco, fabulosamente pitoresco daquele fornecimento de leite pelo sistema rigorosamente natural, que coisa oportuna! Uma pena é que em Taipu a demora do trem seja de molde a permitir o desejável aproveitamento da genial invenção de José Soares. Consta que os maquinistas mantêm com ele acordo secreto para não dá saída aos trens enquanto as vacas não estejam esgotadas... não, não deve ser verdade [...]. 

Transcrito de: ESTRADA DE FERRO CENTRAL DO RIO GRANDE DO NORTE EM TAIPU-RN - TRANSFORMAÇÕES ESPACIAIS E MEMÓRIA - paginas 149/150.

De João Batista dos Santos

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