quinta-feira, 19 de março de 2020

Da janela


DA JANELA


Da janela
Espero o trem
Não ouço o apito
Fico aflito
O trem não vem
Não há mais o trem

Da janela
Lamento a maternidade
Uma insanidade
Está sem luz
Não se dar mais à luz
Na maternidade

Da janela
Vejo a praça
Não tem graça
Na infância
Era o moinho
Não havia a praça

Da janela
Olho o Campineiro
Sem o cata vento
Mudou os tempos
Pertence a herdeiros
O campineiro

Da janela
O sopro da algaroba
Traz de volta os peões
Em uniforme carioba
Nômades dos sertões
Na sombra da algaroba

Da janela
Ouço o sino da matriz
Lembrança feliz
Na terceira chamada
As meninas arrumadas
À missa na matriz

Da janela
Olho as estrelas
Encanta-me o luar
Contemplando o céu
Volto no tempo
Posso sonhar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Estaria nesta fotografia o Cel. Manoel Eugenio?

  Recebi esta foto de Clara Paiva de Moraes.  Para contextualizar: Clara é filha de Ubirajara Paiva de Moraes e de Zélia Ferreira de Lima,...