DA
JANELA
Da janela
Espero o trem
Não
ouço o apito
Fico aflito
O trem não vem
Não há mais o trem
Da janela
Lamento a maternidade
Uma insanidade
Está sem luz
Não
se dar mais à luz
Na maternidade
Da janela
Vejo a praça
Não
tem graça
Na infância
Era o moinho
Não havia a praça
Da janela
Olho o Campineiro
Sem o cata vento
Mudou os tempos
Pertence a
herdeiros
O campineiro
Da janela
O sopro da
algaroba
Traz de volta os
peões
Em uniforme
carioba
Nômades dos
sertões
Na sombra da
algaroba
Da janela
Ouço o sino da
matriz
Lembrança feliz
Na terceira
chamada
As meninas
arrumadas
À missa na matriz
Da janela
Olho as estrelas
Encanta-me o luar
Contemplando o céu
Volto no tempo
Posso sonhar
Nenhum comentário:
Postar um comentário