sexta-feira, 19 de abril de 2024

Possagem do Bispo de Olinda por Taipu

 

Da passagem do Bispo Dom João da Purificação Marques Perdigão Purificação por Taipu, de 8 a 10 de novembro de 1839.

 

Dia 7. Sai de Boa Água pelas 5 horas da manhã, passando a calma na Ladeira Grande, em casa de um homem mui probo e religioso, a rogo do qual resolvi ali pernoitar para crismar quase 100 pessoas, assistindo à prática maior número.

Dia 8. Sai da Ladeira Grande pelas 5 horas da manhã, e cheguei a Taipú do Meio, onde fui hospedado e rogado para ali permanecer até domingo, certificado de que neste lugar deve concorrer considerável número de povo para receber o sacramento da confirmação, e satisfeito de encontrar nas pessoas, que me receberam, muita probidade e religião. De noite crismei quase 100 pessoas, assistindo à prática maior número de concorrentes. Tendo crismado de noite, porque era mister anuir aos rogos de muitas pessoas, que por pobreza não podiam comparecer de dia, constando-me que muitas pessoas do sexo feminino de maior e menor idade recebiam este sacramento, comportando vestidos emprestados, tendo eu igualmente em visita a distância de 10 a 12 léguas, donde concorriam muitos crismandos. Tendo sido um pouco extenso nas minhas práticas, fazendo ver aos povos, como não gozarei mais a ventura de lhes falar em nome e por amor de Jesus Cristo, em cumprimento do meu primeiro dever.

Dia 9. Despachei 2 requerimentos do padre Gama, recebidos no mesmo dia, e atendendo à longitude de muitas pessoas, que estavam chegando, e como era mister que todos os crismandos recebessem a imposição de mãos, fui obrigado a principiar a ação do santo crisma pelas 8 horas da noite, administrando este sacramento a mais de 1.000 pessoas, terminando depois da meio noite, antes  da qual supliquei a comida de uns ovos fritos, por não poder fazer a prática sem alguma refeição em consequência de ter jantado com muita parcimônia. Esta prática finalizou pela uma hora, assistindo muito maior número que os crismandos. Nesta noite veio ter comigo o reverendo Fidelis para me cumprimentar, tendo idade de 70 anos.

Dia 10. Celebrei pelas 8 horas, assistindo considerável número de povo, e depois crismei quase 30 pessoas. Dizendo missa o padre José, algum tempo depois, também concorreram muitas pessoas, no fim da qual casou uns noivos com licença minha, e dispensados os banhos mui atendíveis motivos. Finalmente tornei a crismar 30 ou 40 pessoas, que moravam em grande distância. De noite principiei a crismar particularmente pelas 8 horas algumas pessoas, que vieram de longe, persuadindo-me que não compareciam outras pessoas. Como porem até às 9 chegassem por vezes várias famílias, crismei mais de 200 pessoas, impondo-lhes 4 vezes as mãos.

Dia 11. Sai de Taipú pelas 6 horas da manhã acompanhado de alguns cavaleiros, e descansei no sítio Capela, em casa de Teixeira, homem cego, de muita probidade e religião, que me foi convidar na distância de 3 léguas, para administrar o sacramento da confirmação aos que concorressem para este fim.

Fonte: Francisco Fernandes Marinho – O Rio Grande do Norte sob o olhar dos Bispos de Olinda.

domingo, 17 de março de 2024

Minuta do Requerimento à criação do Município de Poço Branco


Trechos da minuta do requerimento à criação do Município de Poço Branco. - Fonte: acervo da família do Sr. Valdomiro Alves da Rocha; colaboração: Val Rocha.

 

Transcrição:

Projeto de resolução nº

Exmo. Sr. Presidente desta colenda Câmara Municipal

            Requiro a V. Excia. Que ouvido o Plenário seja concedida autorização desta egrégia Câmara Municipal concernente a criação do município de Pôço Branco, desmembrando do município de Taipu, haja visto o distrito hora pleiteado a se elevar a categoria de cidade preenche os requisitos exigidos pela lei orgânica dos municípios.

O requerimento hora tramitado na assembleia Legislativa do Estado, é no sentido de que seja instalado o novo Município a 1º de janeiro de 1963, do que estamos de pleno acordo.

- Justificação –

Limites do município de Pôço Branco

Uma linha divisória entre Barreto e Taipu terá que obedecer a orientação seguinte; partindo de Lagoa das Pipocas a linha tronco.

Leste: por uma linha partindo de Lagôa da Jurema nos limites de São Paulo do Potengi; seguindo uma linha reta ao Pôço do Antônio seguindo uma linha reta a Parado do Umari, seguindo a Lagôa Nova, segui a Baixa do Zumbi daí a Fazenda Santa Rita.

Oeste: Pelas linhas divisória de Barreto e João Câmara, partindo da Lagôa das Pipocas m linha reta a Fazenda Quixabeira, seguindo a Fazenda Serra da Pousa, seguindo até, Tronco onde vai encontrar-se com a linha divisória de João Câmara.

Norte: Com Touros, se dividindo pelo Riacho Seco.

Sul: com São Paulo do Potengi.

SS. da Câmara Municipal de Taipu, Estado do Rio Grande do Norte, em 20 de abril de 1962.

José Francisco de Souza.


segunda-feira, 4 de março de 2024

Mais uma remota menção à Taipu, de 1773

 Fonte: Catedral de Nossa Senhora da Apresentação de Natal, livro de assento de batismos. Documento digitalizado e disponibilizado via https://www.familysearch.org/ark)

 

Trata-se do assento de batizado de Adriana, solenidade realizada na Capela de Jundiahi, aos 29 de junho de 1773, onde consta se o pai da criação natural de Taipu.

Transcrição do assento de batismo:

"Adriana, filha legitima de Pedro Coutinho natural do Curado do Taipu e de [?] Maria desta freguesia neta por parte paterna de Joze [?] natural de Serinhaem e de Dona Maria do Padro natural das Alagoas e pela parte materna de Rogerio de Olanda e Anna Maria naturais desta freguezia nasceu aos quatro de fevereiro do anno de mil setecentos setenta e três e foi batizado com os santos óleos de licença minha na Capella de Nossa Senhora da Conceição do Jundiahi pelo Padre Theodozio da Rocha Vieira Vigario da Villa de Sam Joze aos vinte e nove de junho do anno digo do dito anno; foram Padrinhos Bento do Rego Bezerra e Bernarda Correa de Araujo, sua mulher moradores digo mulher do Sargento mor Rodrigo Alvares Correa; De que mandei lançar este assento em que me assiney. Pantaleão da Costa de Araujo, Vigario do Rio Grande."

Interessante observar que, juntando a postagem anterior, do assento de batismo de Antônio, no ano de 1774, constatamos a presença de pessoas naturais de Taipu, já no século XVIII.

São elas:

Pedro Coutinho (conforme assento, os pais José e Maria do Padro, não eram naturais de Taipu, entretanto, chegaram ao lugar bem antes 1773, data do batizado da neta Adriana, visto que o filho Pedro Coutinho nascera em Taipu).

Jozé da Fonceca Lira (pai de Antônio - postagem anterior) 

Francisco Lopes (pai de José da Fonceca Lira)

Bernarda Bezerra (mãe de José da Fonceca Lira)

Pela cronologia dos fatos, conforme documentados nos assentos de batismo de Adriana e Antônio (postagem anterior) é razoável afirmar que o casal Francisco Lopes e Bernarda Bezerra nasceram em Taipu na primeira metade do século XVIII.

 

 

 

 

Moysés e Carmélia

                                        Crédito: Clara, neta do casal Moysés Pequeno de Moraes, (Eugenio de Andrade), natural de Taipu, na...