domingo, 25 de julho de 2021

Bento Fernandes / RN - Joaquim Câmara, o primeiro prefeito eleito de Barreto

 Fonte: Jornal Diário de Natal, edição nº 06125, de 07/dez/1959, pág. 10.

 

As primeiras eleições para escolha do prefeito e vereadores da então recém emancipada cidade de Barreto, foram realizadas aos 04/10/1959 e, se enganam aqueles que pesam que o processo ocorreu no clima de paz e amor.

Barreto, que foi emancipada de Taipu aos 31/12/1958, e como de praxe, teve prefeito nomeados até as eleições, viveu momentos tumultuados no período pré-eleição, isso pelo que publicou a impressa da época, conforme transcrição a seguir de matéria do Diário de Natal, publicado aos 19/09/1959, sob o título: “Eleitores Fantasmas” Constatados pelo T.R.E. no Município de Barreto.

“Eleitores Fantasmas” Constatados pelo T.R.E. no Município de Barreto.

Falsificado numerosos documentos para o pleito municipal

Várias irregularidades foram constatadas no alistamento do novo município de Barreto, desmembrado de Taipu, e onde se realizarão eleições no dia 4 de outubro vindouro.

Depois de oferecida a denúncia ao Tribunal Eleitoral, contra o Sr. José Francisco de Souza, mais conhecido por José Igapó, o desembargador João Maria Furtado, corregedor eleitoral, foi até o local constatando a existência de vários eleitores transferidos para Barreto sem que ali residissem, bem como falsificações de documentos, pelo Sr. José Igapó, que possuía um carimbo para alistar seus eleitores.

O desembargador Corregedor fez completo relatório do que observou no município Barreto, esperando-se, agora, que o T.R.E. tome as providências que se fazem necessárias punir o fraudador, que também é candidato a prefeito da localidade.”

As eleições ocorreram na data prevista e parece, pelas notícias da época, que o resultado foi bem apertado, isso porque, no mesmo Diário de Natal, no dia 06/10/1959, dava como vitorioso o PSD, no entanto, o resultado final é anunciado no dia 07/10/1959 com a vitória de Joaquim Câmara, pela UDN. Joaquim Câmara foi diplomado aos 23/01/1960.

Mesmo após a diplomação de Joaquim Câmara o clima político de Barreto continuou tenso, é o que se pode ver pela publicação do Diário de Natal, edição de 25/01/1961, sob o título: “Comissão vai apura irregularidades na criação do município de Barreto”, conforme transcrição a seguir.

Comissão vai apurar irregularidades na criação do município de Barreto

Não haveria número suficiente de eleitores para transformação da vila – poderá ser revogada a lei de criação.

Uma comissão de deputados, entre os quais Angelo Varela e Abelardo Calafange, foi designada para apurar sobre irregularidades com a criação do município de Barreto.

Conforme noticiou o DIÁRIO DE NATAL há algum tempo, o prefeito derrotado na eleição Sr. José Igapó, candidato daquela cidade, falou em solicitar a revogação da lei criando o município de Barreto, alegando várias irregularidades, entre as quais: Não existe número de habitantes suficiente para a elevação do distrito; a lei que elevou a vila a distrito, é posterior à que criou o Município, sendo portanto inconstitucional; A Câmara Municipal de Taipu não teria sido considerada quanto da tramitação do projeto pelo Legislativo.

Agora a situação em Barreto não é das mais normais, razão porque foi solicitada a presença de uma comissão de inquérito, a qual deverá apresentar o resultado dos seus trabalhos no mês de março, quando da convocação extraordinária do Legislativo.

Caso seja constatada, mesmo, as irregularidades apontadas, acredita-se que seria apresentado projeto de revogação à criação de Barreto.”

Em síntese: o primeiro prefeito eleito do município de Barreto, atual Bento Fernandes, foi Joaquim Câmara e, os imbróglios com a emancipação política do Município parece que mais uma briga política local do que animosidades com a antiga sede Taipu.

Quanto a José Francisco de Souza, o Zé Igapó, viria a ser prefeito de Poço Branco no mandato de 31/01/1977 a 31/01/1983.

 Arnaldo Eugenio de Andrade

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Otávio Praxedes do Amaral Lisboa e família

Fonte: acervo do Professor Gustavo Praxedes

Foto histórica!

Da esquerda para a direita: Fernando Praxedes, Otávio Praxedes, Otávio Filho (Tavinho), Lurdinha Praxedes, Maria das Dores Soares, Alba Praxedes, Petronila Rodrigues Santiago e João Praxedes.

Dona Petronila Rodrigues Santiago, que era casada com João Praxedes do Amaral Lisboa, foram os pais de um único filho: Otávio Praxedes do Amaral Lisboa.

Dona Petronila era filha de Alexandre Rodrigues Santiago e Maria Joaquina Rodrigues de Paiva; neta, pela parte materna, de Francisco de Paula Paiva e Bernardina Joaquina de Vasconcelos (em alguns registros aparece com o sobrenome Rodrigues de Vasconcellos, em outros, com Lopes de Paiva); tinha um tio com mesmo nome do avô materno, Francisco de Paula Paiva, que foi o primeiro presidente da Intendência de Taipu, escolhido pelo voto direto.

 

sábado, 17 de julho de 2021

Bento Fernandes - Imbróglio na emancipação política de Barreto

 

Fonte: Jornal Diário de Natal, edição de 10/11/1959; disponível em; http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=028711_01&pasta=ano%20195&pesq=&pagfis=6019; acessado em 17/julho/2021.

Bento Fernandes teve sua emancipação política pela Lei nº 2.353, de 31/12/1958, separando-se de Taipu, com o nome, à época, de Barreto.

Não há registros, documental ou por tradição oral, de rixas entre os povos coirmãos motivados pela emancipação de Barreto, independendo-se de Taipu, no entanto, conforme a publicação do Jornal Diário de Natal, edição 06152A, de 10/11/1959, houve imbróglio com o processo da emancipação.

Publicou o Diário de Natal:

“SERÁ PEDIDA A ANULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BARRETO

Câmara Municipal de Taipu não foi ouvida a respeito – Oposição vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal

Alegando que a Câmara Municipal de Taipu não foi ouvida a respeito da criação do município de Barreto, a oposição vai até ao Supremo Tribunal Federal recorrer pedindo anulação da lei que o criou.

Em poder dos responsáveis pelo movimento, acha-se uma declaração de membro da Câmara Municipal de Taipu, confirmando o fato e estes irão solicitar documentos da Assembleia indagando se foi encaminhado ofício de consulta.

CÂMARA AGORA É FAVORÁVEL

Sabedores do que ocorre, os lideres situacionistas se movimentando no sentido de que a Câmara de Taipu se pronuncie, agora, com perspectivas de que seja favorável.

Ignora-se, todavia, se a deliberação será levada em conta pelo Supremo.”

Vale anotar que, nas eleições para prefeitos, realizadas aos 05/01/1958, foram eleitos prefeito e vice prefeito de Taipu, Vicente Ferreira da Cruz e Lídio Fernandes de Oliveira, respectivamente. Lídio, domiciliado em Barreto, assumiu o cargo de vice prefeito de Taipu em março de 1959, pouco tempo após a emancipação política do seu lugar. É provável que Lídio Fernandes de Oliveira tenha liderado o movimento pela emancipação política da, hoje, cidade de Bento Fernandes.

Outra imagem de Francisca de Assis Ferreira

  Outro momento da belíssima Francisca de Assis Ferreira, nossa querida Maçã (em memória), como era conhecida, deste feita, desfilando no Jó...