Concreto e abstrato

 

Às mulheres, nossa reverência todos os dias, e em especial hoje!

 

MULHER
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É a obra prima do criador
Em momento esplendor
Com arquitetura da flor
Fez o símbolo do amor
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Deu-lhe da estrela o brilhar
A candura e ternura da lua
A claridade do sol ao raiar
Beleza, não a deixou nua
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Os relevos, curvas e traços
Concordâncias rarefeitas
A natureza a abrir espaços
Numa conspiração perfeita
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Do seu ventre os rebentos
Da cumplicidade do amor
Vindo à luz no certo tempo
Como no desabrochar da flor
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Musa, os pinceis a replica
Sua áurea ilumina o poeta
E aos que o colo suplica
Não a tê-la, é vida deserta
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Por entre os traços da beleza
Eleva-se enorme fortaleza
Edificada sob a luz do coração
Sem perder equilíbrio e razão
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De menina à moça faceira
De amante à companheira
Feminilidade inconfidente
O homem: seu dependente

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Arnaldo Eugenio

Ao velho Joaquim Nabuco

AO VELHO JOAQUIM NABUCO

Grupo Escolar Joaquim Nabuco

És dos idos de mil e novecentos

Ao abolicionista de Pernambuco

Homenagem do liceu e docentes

Mestre de Joãos, Marias e Josés

O orgulho na alma de todos nós

Da cultura sempre és nosso viés

Nossas gerações são gratas a vós

Tua elegância exibe a imponência

Nos traços da arquitetura imperial

Eternamente a nossa referência

Na rua grande o grande memorial

Tantos momentos emocionantes

Um: as manhãs das quintas-feiras

Do peito ecoa o hino retumbante

Em saudar o hastear da bandeira

Os desfiles dos sete de setembros

Cadenciados pelo Sr. Sebastião

A cidade a te aplaudir, eu lembro

Com as escolas reunidas da região

De teus bancos os ilustres vultos

Lançaram-se em vôos autônomos

Nas asas da dedicação de ocultos

Mestres costumam ser anônimos

Médicos, advogados, engenheiros

Ainda ouço às nossas professoras

Falando a todos os companheiros

Apostas em carreiras promissoras

Há tanto que sai dos teus bancos

Passei por lições em outros tantos

Nenhum deles teve o teu encanto

A magia emana dos teus recantos

O velho sino anunciava o recreio

Filas formavam-se para a merenda

Ó santuário dos meus devaneios

Toda gratidão, é minha oferenda

Arnaldo Eugenio

Tua Geografia

TUA GEOGRAFIA        

Há linha em desalinhos da tua geografia          Assimetria

Com retas, curvas e planos em relevos             Enlevos

A natureza expõe a beleza em anarquia             Harmonia

As harmônicas concordâncias dos serros        Cerros

Entre os planos, sem planos, os aclives             Desníveis

Tortuosas vias, becos e alamedas nuas             Ruas

Muralhas naturais, um anel no entorno                Adorno

Encanto e beleza, a lua vem ao conselho            Espelho

Das colinas com suas íngremes ladeiras           Porteiras

Ver-se o sol deitar-se para o amanhecer             Anoitecer

Às alvoradas cantam galos dos poleiros             Enfileiros

No berço de um rio de contornos hostis               Perfis

Ínfimo ponto, único, no universo infinito                 Bonito

Taipu, transcendentes imagens dos tupis            Itaipis

Arnaldo Eugenio