Seu Pedro Carlos da Rocha (Pedro Patola) e sua esposa, Dona Raimunda Isaura da Rocha - Fonte: acervo pessoal de Pedro Carlos (o autor)
Por Pedro
Carlos da Rocha Neto
AS
BODEGAS DE PEDRO CARLOS DA ROCHA NO LAZARETO E NAS CINCO BOCAS E O LOCAL NO
MERCADO PÚBLICO DE CEARÁ-MIRIM
O
primeiro ponto comercial de Pedro Carlos da Rocha (in memoriam) assim que
chegou em Ceará-Mirim em 1937, vindo de Pitombeira/Taipu, com 20 anos de idade,
foi na região da cidade conhecida como Lazareto (atual bairro São Geraldo),
numa esquina do cruzamento das ruas Dr. Oscar Brandão e José Olinto Meira. Lá
ele alugou uma casa onde abriu uma bodega, pois viu uma oportunidade de negócio
com o fluxo de pessoas que iam para o Mercado Público, vindas da Jacoca, Ponta
do Mato e Taipu. Naquela época as pessoas que vinham daquelas bandas entravam
na cidade pela Rua Dr. José Augusto Meira, passavam nas "Cinco Bocas"
e muitas passavam pela região do Lazareto descendo pela Rua Dr. Oscar Brandão
rumo ao Mercado Público. Pois bem. Após um curto tempo, ele entregou a casa
alugada e comprou um terreno bem próximo com o dinheiro economizado, onde
construiu sua própria bodega, que atualmente corresponde à Bodega do Jailson,
na Rua José Olinto Meira. Naquela bodega ele promovia com frequência um
Pastoril, com distribuição gratuita de refresco: tudo para atrair clientela
para sua bodega. Só que o sonho dele, assim como de qualquer comerciante de
Ceará-Mirim na época, era comprar um "local" no Mercado Público (vide
foto), mas para isso era necessário juntar muito dinheiro. Pensando nisso, ele
planejou abrir uma bodega nas "Cinco Bocas", pois lá o fluxo de
pessoas era maior. Sendo assim, no início da década de 1940 ele vendeu sua
bodega, na Rua José Olinto Meira, e alugou uma casa nas Cinco Bocas, onde abriu
outra bodega mais sortida. Lá os negócios foram muito bons tanto
financeiramente como sentimentalmente, pois foi lá que ele conheceu sua então
futura esposa, Raimunda Isaura da Silva, ironicamente numa noite de chuva,
quando ela e seu irmão, Antônio Cavaco, vinham voltando de um circo, a cavalo,
em direção à Jacoca, onde estavam hospedados na casa de uma senhora, pois eram
da Marizeira, em Taipu. Naquela noite chuvosa, Antônio Cavaco pediu guarida na
bodega de seu amigo Pedro Carlos até a chuva passar. Foi quando Pedro Carlos
conheceu a bela moça que viria a ser sua esposa por 77anos...
A
bodega das Cinco Bocas se situava exatamente onde funcionava o Mercadinho São
Lucas, até pouco tempo atrás. Os dois se casaram em 22/11/1942, na igreja
Matriz de Taipu. O primeiro filho do casal, Geraldo Carlos da Rocha, nasceu na
bodega das Cinco Bocas.
Após
pouco tempo morando e comercializando naquela bodega, o casal conseguiu comprar
o tão sonhado "local" no Mercado Público de Ceará-Mirim, e se
mudaram, com seu filho, para uma casa alugada, ao lado da Bodega de Dudu, e,
portanto, próxima ao Mercado Público. Lá eles moraram por algum tempo até se
mudarem para outra casa alugada na Rua do Patu, situada em frente a onde hoje
existe a agência da Caixa Econômica Federal. Naquela casa nasceu o segundo
filho do casal, Gabriel Carlos da Rocha.
Em
1946 eles compraram um terreno no final da Rua do Patu e construíram sua casa
própria, onde nasceram os demais filhos do casal: Gilberto Carlos da Rocha;
Gilvan Carlos da Rocha; José Anchieta da Rocha (in memoriam); Carlos Alberto da
Rocha (in memoriam); Ronaldo Carlos da Rocha; Robério Carlos da Rocha; Maria
das Graças da Rocha; e Romildo Carlos da Rocha. Nessa casa eles se
estabeleceram definitivamente. Naquela época, a Rua do Patu ia até as
proximidades da atual Escola Estadual Ubaldo Bezerra de Melo, de maneira que de
lá até a BR-406 praticamente não existiam casas, e a região era uma mata
fechada.
No
início da década de 1950, Pedro Carlos da Rocha era próspero no local do
Mercado Público, mas o destino lhe levaria a outro rumo de comércio que lhe
seria emblemático: o comércio de combustíveis automotivos. Por fim, vale
salientar que o "local" no Mercado Público era situado onde hoje é o
banheiro masculino daquele mercado.
Nota:
Pedro
Carlos da Rocha Neto, o autor, é neto de Pedro Carlos da Rocha.