Havia
encontrado, nos livros da Paróquia de Ceará Mirim, quatro assentos de óbitos
com sepultamentos na Santa Cruz de Taipu. Todos esses registros são datados da
década de 1860. Abaixo a transcrição de um desses assentos:
No primeiro de Abril de mil oito centos e sessenta e dois falleceu Maria Delfina do Nascimento, mulher que foi de José Thomaz Pereira da Silva, com idade de trinta e quatro anos, recebeo o Sacramento da Penitencia, envolta em habito, sepultada na Santa Cruz do Taipú, e encomendada pelo Padre Alexandre Ferreira Nobre, Capellão do Taipú. - (Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, Ceará Mirim / RN, Livro de assento de Óbitos, 1852 a 1870, pág. 82v – grifo nosso).
A princípio, imaginei que essa Santa Cruz fosse a da Estrada do Maracajá, onde se sepultava os anjinhos, termo atribuídos às criancinhas que morriam antes de serem batizadas. Mas, as evidencias apontam no sentido de que a Santa Cruz do Maracajá, é de tempo posterior à década dos registros dos referidos assentos de óbitos
Hoje, 22/03/2021, visitamos o que foi o Cemitério da Boa Vista: o muro frontal em ruínas, túmulos soterrados e, depois de remover a garrancheira que se elevava do chão, eis que surgiu sobre uma base de tijolos e argamassa, o pé da Cruz, majestoso, entalhado, resistindo ação do tempo. Os braços, igualmente majestosos, já haviam caídos da Cruz.
Parece que temos ali as ruínas do primeiro cemitério de Taipu, ou melhor, da Santa Cruz do Taipu, lugar onde os pioneiros da nossa Vila, enterraram seus entes queridos.
O que ainda resta do que foi o Cemitério, pode ter muito a revelar do nossa história. Há detalhes bem interessantes, como por exemplo, um martelo entalhado em um dos braços da cruz, no outro braço, uma outra ferramenta. Certamente há significados nesses detalhes.
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