Do livro “Temas e Reflexões”, do
poeta taipuense Luiz Viana:
"Costumeiramente uma alegria
festiva rondava a “buraca” de manhã à noite, pela razão se ser a “fonte” que
fornecia água à vida do lugar. Hoje, porém, não há nem “buraca”, nem água para
lavar, ao menos, a roupa suja das confidências violadas. Outra coisa que
animava a “natureza morta” do ambiente taipuense, era o vapor de descaroçar
algodão de Teófilo Furtado, no tempo da safra. Parecia uma espécie de “coração”
da vida taipuense, pulsando a inerte matéria numa agitação diária e periódica,
na ânsia material de beneficiar o “sangue branco” da terra, assim como o
coração humano beneficia a linfa!"
O Blog “Crônicas Taipuenses”, do Professor João Batista dos santos, em publicação de hoje, 30/11/2020, nos traz informações da inauguração do mercado público de Taipu, em 1903, e de outras inaugurações, dentre elas a FONTE PÚBLICA, (a seguir transcrição parcial da matéria publicada hoje em Crônicas Taipuense)
“...Agora,
resta-nos somente dizer-mos que, além do Mercado, foram também inaugurados, no
dia três deste, a Fonte Pública e a iluminação desta Villa, melhoramentos estes
devido á iniciativa e à tenacidade dos capitães Manuel Eugênio e Pedro Guedes,
sabiamente orientados pelo desembargador Aprígio e pelo coronel Felismino
Dantas. Uma nota que não convém esquecer, porque ela mostra a boa orientação do
governo municipal do Taipu: a intendência municipal depois de ter feitos todos
esses ficou com um saldo de 1:500$000, recolhido aos cofres, que vai ser aplicado
noutros melhoramentos. Correspondente Taipú, 7 de Janeiro do 1903. (A
REPÚBLICA, 20/01/1903, p.4)”.
Fiquei aqui, tentando
descobrir onde seria essa tal “Fonte” inaugurada. O poço artesiano que existia
onde existe hoje a Escola Professora Francisca Avelino está descartado. Conforme
me informou o Professor João Batista, ele foi construído no ano de 1913,
portando, 10 anos depois.
Então, estou propenso a
acreditar que a “Fonte” inaugurada é a mesma que o poeta Luiz Viana se referiu como “a
fonte que fornecia água à vida do lugar”, ou seja, era a cacimba da buraca, rebatizada
tempos depois como a “Cacimba de Seu Milton”.
E ainda do livro “Temas e Reflexões”, mais um pouco da “Cacimba da buraca” ou “Fonte Pública”:
“Como em outros lugares, Taipu apresentava também seus contrastes. Por exemplo, chamava-se uma grande cacimba de “buraca”. Francamente, temos visto muitas outras cacimbas mas nunca vimos outra “buraca”! Situava-se entre o rio e os quintais, e tinha todas as aparências de “confidências violadas”.
muito interessante Arnaldo a pesquisa.
ResponderExcluirVocê tem contribuído com valiosas informações,João!
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