domingo, 5 de maio de 2024
Sr. Valdomiro Alves da Rocha, o afilhado de João Café Filho
quarta-feira, 1 de maio de 2024
Taipu e o serviço de Correios de Natal
Pelo artigo 21 Regulamento de 5 de março de 1829 o Ministro José Clemente Pereira criou uma administração do Correio em cada sede provincial do Brasil. Em que dia instalou-se essa administração na cidade de Natal, ignora-se. Deve ter sido no mesmo ano.
O correio fora estabelecido pela Real Ordem de 26 de fevereiro de 1798. O governador da Capitania do Ceará criou-o na sua jurisdição em 1º de maio de 1812, dirigido pelo escrivão da Junta da Fazenda. O caminheiro, como o chamavam, passava por Mossoró e Assu e recebia correspondência ainda em São José de Mipibu indo para a Paraíba e daí a Pernambuco. Mesmo antes desse serviço regular, havia o Correio Oficial, um indígena que levava cartas das autoridades locais e podia ir recebendo outras pelo caminho. Henry Koster, viajando em 1810-11, utilizava desses correios. Em certos casos o governador encarregava um viajante de posição para que conduzisse o correio, mormente quando se tratava de documentos valiosos. Esse correio especial era distinguido por levar as cartas numa sacola de seda vermelha e esta constituía a melhor credencial para a jornada. À sua vista todas as dificuldades desapareceriam como milagre. Henry Koster trouxe esse saquinho vermelho e consta os efeitos de sua prestigiosa presença: “No dia seguinte avançaríamos para o arraial de Santa Luzia, alojando-nos numa casa ainda não concluída. Logo depois descarregamos os animais e deitei-me numa rede com a intenção de dormir. Veio o guia dizer-me que o povo se aglomerava derredor de nós e recordei a querela que se passara quando da passagem por ali. Levantei-me a pedi minha maleta, abrindo-a com toda naturalidade, revolvendo o conteúdo e, tomando o saco vermelho, coloquei-o sobre um grande cepo de madeira que estava perto de mim, e continuei como que procurando um objeto indispensável. Quando olhei em torno, depois de alguns minutos, toda a gente que se reunira desaparecera, tal fora a importância do saco vermelho, dando, como era sabido, o poder de requisitar animais, e outra ideia da minha situação surgira com presença mágica dessa bolsa”. Essa Santa Luzia é a cidade de Mossoró, (Koster, Viagens ao Nordeste do Brasil, 192).
Além de Cunhaú Koster encontra e aproveita o correio da época: “Dois mensageiros passaram por esse recanto durante a tarde e escrevi a um amigo de Pernambuco” (idem, 217).
Os portadores do saco vermelho, sinal de enviados especiais em serviço do Rei, podiam, efetivamente, requisitar animais, e esta faculdade foi reforçada por uma decisão de 6-3-1816 e só extinta por outra ordem de 21-5-1821. Deste princípio do século XIX corriam os indígenas com cartas e ofícios dentro de escondidos sacos de algodão, fazendo o correio, letter carriers, como lhes chamava Koster.
Em 22-11-1817 o governador da Capitania do Rio Grande do Norte, senhor José Inácio Borges, respondendo ao general Luís do Rego Barros, governador de Pernambuco, enviava pormenores sobre a ligação de um serviço mais completo de correio desde a Capitania do Ceará. Informava mesmo que “a Fazenda Real e os particulares fazem não pequena despesa com correios a Pernambuco” e propunha que o caminheiro viesse à cidade, mostrando conveniências incontáveis. Do lugar Cruz de Taipu de Fora, ponto de confluência das duas estradas para a vila de São José pela Utinga e para a mesma Vila de Natal, seria uma pequena diferença de cinco léguas. E demonstra: “Da Cruz do Taipu de Fora à vila de Estremoz são cinco léguas; de Estremoz a Natal, três léguas e de Natal a S. José, nove léguas, total de dezessete”. Sugeria um administrador em Natal com ordenado anual de 50$000. Os caminheiros seriam indígenas de Estremoz, ganhando 240 reis diários. No quarto dia de jornada pernoitariam na cidade da Paraíba e no quinto na Vila de Goiana; no sexto na Vila de Igarassu, em cujos pontos ia recebendo dos agentes locais malas prontas. No sétimo, ao meio-dia, entregaria toda a correspondência na administração do Correio geral de Pernambuco. Previa as taxas segundo o peso. De 1 a 4 oitavas para 16 réis, de 4 a 8, 320 réis, de 8 para cima, 640 réis.
Em 1929 oficializou-se o serviço ...(continua)
Câmara Cascudo, Luís. História da cidade do Natal, XXXIII – Correio e Telégrafo (grifos nosso)
segunda-feira, 22 de abril de 2024
O tanque do Poço do Antônio
Tanque do Poço do Antônio, crédito Emerson Oliveira Pedra de concreto removida do tanque, crédito, o autor.
O tanque do poço do Antônio é um reservatório natural de água, literalmente um tanque em pedras, forjados pela natureza. Localizam-se no Poço do Antônio, ao sudoeste da sede do município de Taipu, entre a estrada do Poço do Antônio e a comunidade do Umari. Pertence atualmente a Wilton Teixeira Guedes, ou Wilton de Cruz como é popularmente conhecido.
Conversei recentemente com Luiz Batista de Oliveira, o Luiz de Eulálio, proprietário do tanque, anterior a Wilton. De Luiz ouvi que seu pai, Eulálio Batista de Oliveira, certa vez, mandou limpar o tanque e que, para tal, tiveram que quebrar uma espécie de concreto composto, aparentemente, de cimento, cal, arreia, pedras e fósseis que aterrava parcialmente o reservatório. Fiquei supresso com a história, e mais surpreso ainda com um bloco da argamassa retirada do tanque, aonde, visivelmente se identifica os fósseis.
Sobre Eulálio Batista de Oliveira, vi que nasceu no Umari, nas terras que hoje pertence ao filho Luiz, aos 12 de fevereiro de 1913, filho legítimo de João Batista de Oliveira e de Dona Francisca Maria da Conceição e, portanto, supõe que o tanque foi propriedade da família Batista de Oliveira desde algumas gerações passadas.
Luiz de Eulálio quando me mostrou o bloco de concreto, como quem ler pensamento por telepatia, foi logo respondendo: - sei que você vai me pedir essa pedra, mas não vou lhe dá, foi a única que sobrou. Em continuação à conversa disse-me que vários pesquisadores passaram por lá com o intuito de descobrir os mistérios do tanque, entretanto, a história que ouvia dos mais antigos, é de que o tanque havia sido concretado pelos holandeses.
Para a história contada por Luiz, que tem como referência a tradição oral, não há, pelo menos de conhecimento público, nenhuma evidência documental.
Os registros mais remotos que encontrei com evidencias de habitantes na região, foram os assentos de batismo de Adriana e de Antônio. Adriana foi batizada na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiahi, aos 29 de junho de 1773, filha de Pedro Coutinho e de [?] Maria, e consta no assento ser o pai da párvula natural do Curado do Taipu. Já Antônio foi batizado na dita capela de Jundiahi, aos 25 de junho de 1774, filho de Jozé Fonceca de Lira e Thereza Maria de Jesus, neto paterno de Francisco Lopes e de Bernarda Bezerra, constando no assento ser a pai e os avós paternos naturais de Taipu.
Ora, se Antônio nasceu no ano de 1774, conforme consta no assento, e o pai e os avós paternos são naturais de Taipu, então pode-se afirmar que os avós de Antônio nasceram em Taipu na primeira metade do século XVIII.
Se pudéssemos confirma-se a história de Luiz de Eulálio, teríamos a evidência de que haviam habitantes em Taipu, pelo menos, desde 1654, data da expulsão definitiva dos holandeses do nordeste brasileiro.
Arnaldo Eugenio de Andrade, abril/2024
FAMÍLIA RAPOSO DA CÂMARA E AS DESCENDÊNCIAS TAIPUENSES: FERREIRA DE MIRANDA, GADELHA DA COSTA, JUVÊNCIO DA CÂMARA, RODRIGUES DA CÂMARA, RODRIGUES DA SILVEIRA E RODRIGUES MONTEIRO
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Crédito: Clara Paiva de Moraes, neta do casal Moysés Pequeno de Moraes, (Eugenio de Andrade), natu...
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Crédito: Clara Paiva de Mores Mais uma imagem de Moysés Pequeno de Moraes, desta feita, em seu post...